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A Cia. Mundu Rodá convida o público para uma imersão na história da primeira grande ferida aberta da Amazônia: a exploração da borracha, e retrata seus impactos em comunidades que foram invisibilizadas pela História. 

Mundu Rodá retrata povos marcados pela exploração da borracha na Amazônia em Vídeo-Teatro exibido em III Movimentos 

De 17 a 22 de dezembro de 2021, a Cia. Mundu Rodá realiza a estreia do Vídeo-Teatro em III Movimentos “ARIGÓS: Bandeira, Espinha-de-Peixe, Cara-de-Gato” com transmissão gratuita no Facebook (www.facebook.com/munduroda), Youtube (www.youtube.com/munduroda) e tradução em Libras.

O projeto de videoarte é uma adaptação do espetáculo inédito “ARIGÓS: Bandeira, Espinha-de-Peixe, Cara-de-Gato” que teve sua estreia presencial interrompida em razão da pandemia da COVID-19.

O Vídeo-Teatro é dividido em três movimentos (episódios), que vão ao ar nos dias 17, 18 e 19 de dezembro (sexta-feira à domingo), às 17:00 e 20, 21 e 22 de dezembro (segunda à quarta-feira), às 20:00, referenciando o espetáculo que reflete sobre o percurso de milhares de nordestinos que deixaram o sertão para trabalhar nos seringais, se transformando nos soldados da Borracha, conhecidos como Arigós.

De acordo com o historiador e arqueólogo Marcos Vinícius Neves, calcula-se que, entre 1870 e 1912, mais de trezentas mil pessoas chegaram à Amazônia brasileira para participar do fabuloso garimpo vegetal da borracha: “Raros foram os que voltaram para suas terras de origem. Menos ainda foram os que voltaram com alguma riqueza: os lendários “Arigós” que voltaram como “Paroaras”. Mas, a imensa maioria morreu, se misturou à floresta ou se perdeu no pó dos tempos e da memória nacional rala”, ele comenta.

Já entre 1942 e 1945, por força dos “Acordos de Washington” assinados por Brasil e Estados Unidos, cerca de sessenta mil “soldados da borracha” foram compulsoriamente recrutados e enviados para os seringais amazônicos pelo governo brasileiro.

“Calcula-se que metade morreu, graças ao descaso com que foram tratados pelos órgãos oficiais ou na dura labuta dos seringais. Teria sido melhor ir para a Grande Guerra, já que dos vinte mil brasileiros que lutaram na Itália, somente 454 combatentes morreram”, explica Neves.

Não são poucos os pesquisadores e instituições de direitos humanos que consideram que o que aconteceu na Amazônia durante a “Batalha da Borracha” foi, na verdade, um genocídio que vitimou milhares de famílias, sem nenhuma reparação digna aos que sobreviveram, até os dias de hoje.

A Mundu Rodá se inspirou nas histórias e depoimentos de homens e mulheres ribeirinhos, descendentes dos arigós, que hoje são também povos da floresta, e em textos amazônicos de Euclides da Cunha que trazem citações como “O homem trabalha para escravizar-se”, para retratar a primeira grande ferida aberta na Amazônia que foi a exploração da borracha. Algo que construiu cidades e riquezas para algumas pessoas, mas significou conflito, morte e miséria para tantas outras, esquecidas e apagadas pela História.

“Em ARIGÓS, a Mundu Rodá retoma a narrativa euclidiana tanto no texto encenado quanto pela pesquisa in loco dos vestígios desses personagens, injetando novidade em gesto, música e dança. O lúdico serve de estratégia para a retomada do mítico paraíso perdido, em que o canto dos resistentes pássaros e o rugido das esparsas onças ainda inquieta com seus mistério”, comenta Cesar Garcia Lima, poeta, jornalista, professor e diretor do documentário “Soldados da Borracha”.

O diretor do espetáculo Antonio Salvador explica que “Arigós entrelaça três migrações para a Amazônia: a dos sertanejos no rush da borracha, a de Euclides da Cunha intentando construir obra de equivalente caráter a partir daquela geografia de águas infinitas, e a da Cia. Mundu Rodá que, depois de parecer ter encontrado o sentido de existir nas parcerias com mestres e brincantes de Cavalo Marinho do Nordeste, deslocou-se para o Norte, nos estados do Acre e Pará, encontrando seringueiros, ribeirinhos, remanescentes e descendentes dos “soldados da borracha”.

“ARIGÓS: Bandeira, Espinha-de-Peixe, Cara-de-Gato” transita pela dramaturgia da obra original, que trata dos dois ciclos da borracha no Brasil, da atual realidade dos povos ribeirinhos e dos extrativistas, mas também ganha um tom documental ao expor registros históricos como as primeiras imagens da Amazônia e depoimentos de Chico Mendes, que foi internacionalmente reconhecido pela luta a favor seringueiros da Bacia Amazônica e deixou um legado de enorme valor após seu assassinato, em razão dessa luta. 

Iniciado em 2017, o processo de pesquisa contou com parcerias importantes, como o ICMBio, para a visita a dezoito comunidades na região Sudoeste do Pará, saindo de Altamira, subindo o Rio Xingu, além da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca – Arara do Iriri. E no Acre, o grupo visitou a Reserva Extrativista Chico Mendes e os municípios de Xapuri, Rio Branco, Brasiléia, Epitaciolândia, Assis Brasil e Cobija (Bolívia).

“Entrar em território Amazônico é entrar em território de guerra. Não existe um só lugar em que não ouvimos relatos sobre o extermínio dos povos, invasões de territórios, abuso de poder e exploração de suas terras. O projeto traz à tona uma das mais contundentes denúncias feitas a respeito das explorações impostas aos povos amazônicos há séculos’, comentam Juliana Pardo e Alício Amaral, da Mundu Rodá

ARIGÓS é um primeiro mergulho da Cia. adentrando em terras amazônicas, buscando histórias submersas dentro da dita história oficial do Brasil.

“Em migração criativa, que reflete o próprio trajeto realizado por esses migrantes, nos deslocamos do universo cultural nordestino, com que temos trabalhado há 20 anos, rumo a Amazônia, ainda desconhecida e imaginada” – finalizam Juliana e Alício.

Com vinte anos de estrada, a Mundu Rodá vem construindo uma linguagem cênica própria a partir da pesquisa com as Danças Tradicionais Brasileiras e o Trabalho do Ator/Músico/Bailarino. Ministrando oficinas e com nove espetáculos no repertório, o grupo já percorreu muitas veredas Brasil adentro e países como China, Dinamarca, França, Inglaterra, Espanha, República Tcheca, Itália e Portugal.

As ações fazem parte do projeto “ARIGÓS – BANDEIRA, ESPINHA-DE-PEIXE, CARA-DE-GATO” contemplado no Edital ProAc Expresso Lei Aldir Blanc 36/2020.

Mais informações em: www.munduroda.com / Facebook: Mundu Rodá / Instagram: @munduroda 

SERVIÇO: Estreia VídeoTeatro em III Movimentos “ARIGÓS: Bandeira, Espinha-de-Peixe, Cara-de-Gato”

Sinopse: Na segunda guerra mundial, milhares de nordestinos foram atraídos para a Amazônia em campanhas do governo brasileiro para a extração do látex. Apelidados de Arigós (pássaros migratórios) e ludibriados com a alcunha de “soldados da borracha”, foram abandonados nos seringais em condição trágica. Em três movimentos, Arigós: Bandeira, Espinha-de-Peixe, Cara-de Gato, o vídeo-teatro trata do deslocamento, confronto e aclimatação dos que hoje são também povos da floresta e ribeirinhos, e traz Hiléia – a própria floresta – em resposta às atrocidades sofridas ao longo dos séculos pela humanidade. Textos da obra inacabada de Euclides da Cunha sobre a Amazônia, como Judas Asvherus, integram a obra. Olhar para os ciclos da borracha, período que corresponde à primeira migração em massa para o território da floresta amazônica, é um exercício necessário e urgente para compreender os conflitos cujos desdobramentos se agravam e ressoam ainda hoje com projeção mundial. Duração total: 40min.

Classificação Indicativa: 10 anos – Grátis.

Temporada:

Movimento I: BANDEIRA 17 de dezembro (17h) e 20 de dezembro (20h) – Duração: 18min

Movimento II: ESPINHA-DE-PEIXE 18 de dezembro (17h) e 21 de dezembro (20h) – Duração: 13min

Movimento III: CARA-DE-GATO 19 de dezembro (17h) e 22 de dezembro(20h) – 9min

Acessibilidade: Tradução em Libras

Onde assistir: www.facebook.com/munduroda e www.youtube.com/munduroda

Bate-Papo: após da apresentação haverá um bate papo com a equipe de criação

Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini – Cel (11) 99568-8773 – lucigandelini@gmail.com

Ficha Técnica VídeoTeatro: 

Coordenação do projeto: Cia. Mundu Rodá | Concepção artística e atuação: Juliana Pardo e Alício Amaral | Direção audiovisual e de fotografia, edição e correção de cor: Yghor Boy | Direção do espetáculo presencial: Antônio Salvador e Cia. Mundu Rodá | Dramaturgia e Roteiro: Murilo de Paula | Produção executiva: Mariana Pardo (Movimenta Produções) | Assessoria artística: Luiz Cabral | Criação/Direção Musical: Alício Amaral | Gravação Trilha Sonora: Alício Amaral, Amanda Martins e Henrique Menezes | Intérprete de Libras: Miriam Caxilé | Visagismo: Livia Camargo Tiça | Figurinos e adereços: Emília Reily e Eliseu Weide | Cenotécnico: Wanderley Wagner da Silva e Tiago de Moraes | Contrarregragem: Tiago de Moraes

Ficha Técnica do espetáculo ainda inédito:

Concepção e atuação: Juliana Pardo e Alício Amaral | Direção: Antônio Salvador e Cia. Mundu Rodá | Dramaturgia: Murilo De Paula | Orientação Dramatúrgica: Maria Thais e Luis Alberto de Abreu | Textos: Euclides da Cunha e Murilo De Paula | Direção musical: Alício Amaral | Musicista e músico em cena: Amanda Martins e Henrique Menezes | Desenho de Luz: Eduardo Albergaria | Cenário: Eliseu Weide e Cia. Mundu Rodá | Cenotécnico: Wanderley Wagner da Silva | Figurino: Eliseu Weide e Emília Reily | Direção de movimento: Juliana Pardo | Preparação corporal: Lu Favoreto e Miltom Kennedy | Desenho de luz: Eduardo Albergaria | Produção: Mariana Pardo |Apoio e guia expedição de campo ICMBio: Ana Azevedo, Fernando França Maia e Leo Konrath | Orientação pesquisa de campo: Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio – Panamérica Filmes – Bárbara Moraes e Marcelo Eme | Realização: Cia. Mundu Rodá