Quando encontramos gênios como este de nosso espaço hoje, verificamos que realmente somente pelas reencarnações poderemos armazenar tantos conhecimentos dentro de nós. Aqui estamos falando do poeta, mas encontramos cientistas, artistas, músicos,entre outros, que nos encantam com sua criatividade fora do comum e que só pela pluralidade de existências é que conseguimos entender o armazenamento que ocorre dentro de nós.
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Fernando Pessoa (1888 a 1935) foi um dos mais importantes poetas do mundo e conhecidíssimo poeta da língua portuguesa. Figura central do modernismo português, o mais lido e conhecido na literatura.
Ser um poeta já é bem difícil e delicado, imagina ser diversos poetas ao mesmo tempo, como foi o caso de Pessoa. Criou heterônimos,dos quais vamos falar destes três: O camponês, (Alberto Caeiro), o médico(Ricardo Reis) eo engenheiro (Álvaro de Campos); com vidas e histórias próprias.Comecemos pelo Camponês Alberto Caeiro, o mais simples, porém dotado de uma complexidade filosófica intensa. Cada um deles tinha vida própria e criava suas poesias dentro de suas vivências, como foi essa poesia em que ele descreve a vida no campo em sua plenitude.
Se eu pudesse trincar a terra toda
E se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
E se a terra fosse uma coisa para trincar
Seria mais feliz um momento…
Mas eu nem sempre quero ser feliz…
É preciso ser de vez em quando infeliz.
Para poder ser natural…
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedo e erva…
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se do que o dia morre,
E que o poente é belo, e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja…”