Por Tangerynus
Estava frequentando a escola primária localizada na Rua das Municipalidades, e em razão de ter tirado boas notas, o meu tio Valentim Tangerino, presenteou-me, fez um terno preto com calça comprida. O tio Valentim costurava calças para o mais famoso alfaiate do Sacomã, conhecido por “Pedrão Alfaiate”, a sua alfaiataria ficava na Rua Comandante Taylor bem próximo da Rua do Manifesto.
A estreia, aliás, digo, o primeiro dia que usei o terno preto de calça comprida, ficou na memória, e agora vou contar a história.
Na época eu residia na Rua Albino de Moraes (Vila Carioca-Ipiranga-SP), lá vou descendo a Rua Antônio Frederico, rumo a escola. Me sentia um doutor, apesar de ser uma criança, enfim vestir terno a gente ficava todo garboso.
Resumindo, eram 10hs30, pedi para a professora. Professora preciso ir no banheiro, mas não sei a razão, ela não permitiu. A barriga roncava… Repeti: Professora preciso ir no banheiro, mas não permitiu. A barriga roncava…
As 11 horas alguém tocou a campainha, assinalando que era hora de ir pra casa, aula encerrada. A barriga roncava, eu me segurava como podia.
Quando chegava na Rua Aída, já próximo da “Laminação”, me borrei todo, até chegar em casa faltavam 4 quadras, e o jeito foi ir pra casa, andando bem devagar. E ao chegar no portão já fui gozado, riram de mim pelo terno, e pelo odor exalado, e não tinha como negar o fato em si.
Isso aconteceu porque, o amigo do vizinho ao lado de casa chegou de Pernambuco com um caminhão carregado de cocos, daí toda vizinhança ganhou de presente uma boa quantidade, e eu como nunca tinha saboreado esse produto, exagerei na dose, comi demais.