Portal do Ipiranga

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O ano de 1822 começou dramaticamente para D.Pedro. Foi no dia 1º de janeiro que ele recebeu o manifesto escrito por José Bonifácio e assinado por toda a junta provincial da cidade. Até então, apesar de alguns cartazes espalhados pelas ruas do Rio e das manifestações cada vez mais entusiásticas que vinham recebendo nas ruas ou no teatro, D.Pedro não registrara nenhum sinal de apoio à sua permanência no Brasil. Mas a carta de Bonifácio era impactante. Segundo ela, as Cortes de Lisboa, baseadas “no despropósito e no despotismo” buscavam impor ao Brasil “um sistema de anarquia e escravidão”. Movidos por uma “nobre indignação”, os paulistas estavam “prontos a derramar a última gota do seu sangue e a sacrificar todas as suas posses para não perder o adorado príncipe”, em quem colocavam “suas bem-fundamentadas esperanças de felicidade e honra nacional”.

Os cariocas, que pensavam da mesma maneira, organizaram um abaixo-assinado com 8 mil nomes e o entregaram ao príncipe uma semana depois, numa cerimônia realizada ao meio-dia de 9 de janeiro. Depois de ler o documento, D.Pedro anunciou solenemente sua decisão: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, dia ao povo que fico”. Reunido em frente ao Paço Municipal, o povo saudou a decisão do príncipe. No dia 11, as tropas portuguesas tentaram obrigar o príncipe a embarcar para Lisboa. Apoiado pelo povo e por tropas leais, D.Pedro resistiu. A independência, agora, era uma questão de tempo.

Marcam a aproximação entre D.Pedro e a facção mais conservadora da elite brasileira, formada por homens que, em sua maioria, tinham freqüentado a Universidade de Coimbra e partilhavam da idéia de um império luso-brasileiro. Cinco dias depois de expulsar do Rio as tropas lusas, comandadas pelo general Avilez, D.Pedro organizou um novo ministério e, para liderá-lo, escolheu José Bonifácio de Andrada e Silva. Em 1º de agosto, declarou inimigas todas as tropas enviadas de Portugal sem o seu consentimento. No dia 14, partiu para São Paulo para contornar uma crise na província. No dia 2 de setembro, no Rio, a esposa de D.Pedro, D.Leopoldina (imagem acima), leu as cartas chegadas de Lisboa com as abusivas decisões da Corte. Reuniu os ministros e enviou mensageiros a D.Pedro.

No dia 7 de setembro, o príncipe recebeu as cartas às margens do Ipiranga e concluiu que era a hora de romper com a metrópole. Depois de ler, amassar e pisotear as cartas, D.Pedro montou “sua bela besta baia”, cavalgou até o topo da colina e gritou à guarda de honra: “Amigos, as cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar… Deste dia em diante, nossas relações estão rompidas”. Após arrancar a insígnia portuguesa de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e gritou: “Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre”. Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, afirmou: “Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será: Independência ou morte”. Eram 4 horas da tarde de 7 de setembro de 1822.

No dia seguinte, inicou a viagem de retorno ao Rio, onde chaegou no tempo recorde de cinco dias, deixando toda a tropa 10 horas para trás. Na capital, foi saudado como herói. A 1º de dezembro, aos 24 anos, foi coroado não rei, mas imperador, para mostrar que, apesar do direito monárquico, também fora eleito pelo “povo”.

No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe regente dom Pedro retornava de uma viagem a Santos, cidade no litoral da província de São Paulo. No meio do caminho, encontrou um mensageiro que lhe levava duas cartas: a primeira exigia seu retorno imediato a Portugal. A segunda, apontava dois caminhos: a obediência a Portugal ou a separação total da metrópole. Apoiado pela elite brasileira, dom Pedro não teve dúvidas: proclamou a Independência do Brasil. Saiba como foram os acontecimentos que antecederam ao famoso “Grito do Ipiranga”.

No final do século XVIII, Inglaterra e França disputavam a liderança no continente europeu. A Inglaterra industrializada era uma nação muito rica, que precisava cada vez mais de mercados para seus produtos. A França não tinha tantas fábricas, mas contava com um exército poderoso, comandado por Napoleão Bonaparte. Para a França, a melhor maneira para se tornar a nação mais importante da Europa era sufocar a economia inglesa. Assim, em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, proibindo todos os países europeus de comercializar com a Inglaterra. Quem fizesse negócios com a rival seria invadido pelo exército francês.

Para Portugal, a situação ficou difícil. Afinal, a Inglaterra era uma aliada importante e um país para o qual o Império português devia muito dinheiro. Por outro lado, o exército francês era poderoso. Como o governo português não decidia de que lado ficava, em 1807, o imperador francês Napoleão Bonaparte ordenou a ocupação de Portugal. Para a corte de Lisboa havia duas opções: aceitar o domínio napoleônico ou partir para o Brasil.

Sem saída, o governo português fez um acordo secreto com os ingleses, que se comprometeram a ajudar a família real e a corte portuguesa na fuga. Cerca de 15 mil pessoas abandonaram Portugal às pressas. Na manhã de 29 de novembro de 1807, oito naus, quatro fragatas, três brigues, uma escuna e outras embarcações partiram do rio Tejo, em Lisboa, sob proteção inglesa. Na bagagem, traziam tudo o que puderam carregar – móveis, objetos de arte, louças, livros, arquivos e dinheiro do tesouro imperial. Em 22 de janeiro de 1808, chegaram a Salvador, na Bahia. Lá, eles foram festejados durante algumas semanas. Mas o destino final era a capital da colônia, o Rio de Janeiro, onde dom João VI e sua comitiva desembarcaram no dia 8 de março de 1808.

A primeira medida de dom João – ainda em Salvador – foi a abertura dos portos do Brasil às nações amigas. Quer dizer: a partir dessa data, os produtos exportados para o Brasil não precisavam mais passar por Portugal e os portos brasileiros receberiam pela primeira vez navios com bandeiras das nações que mantinham boas relações com Portugal. Isso foi muito importante, pois a colônia começou a entrar em contato com os produtos e as idéias que circulavam em outras partes do mundo. Os portos do Brasil passaram a ter mais importância para os ingleses, que tinham dificuldades para comerciar na Europa devido ao Bloqueio Continental de Napoleão. Entusiasmados, os comerciantes estrangeiros trouxeram de tudo: tecidos, sapatos, talheres, louças, cristais, chapéus, cachimbos, xales, ferragens, queijo, manteiga, escovas, pentes, navalhas, perfumes, sabonetes, velas, pianos, carruagens, barbantes e caixões, além de produtos inúteis como carteira para notas (aqui só havia moedas), patins para gelo, casacos de pele e tecidos de lã pesada, inadequados para nosso clima quente.

Antes da chegada da família real, o Brasil era obrigado a seguir uma série de condições:

• A proibição de comerciar com outros países, a não ser Portugal.

• Qualquer comércio entre Brasil e Portugal só podia ser feito apenas por pessoas autorizadas.

• No território brasileiro, não podiam ser plantados produtos que já fossem cultivados em Portugal, nem fabricar artigos que fossem feitos por lá.

Além das mudanças comerciais, a chegada da família real ao Brasil também causou um reboliço cultural e educacional. Nessa época, foram criadas escolas como a Academia Real Militar, a Academia da Marinha, a Escola de Comércio, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, a Academia de Belas-Artes e dois Colégios de Medicina e Cirurgia, um no Rio de Janeiro e outro em Salvador. Foram fundados o Museu Nacional, o Observatório Astronômico e a Biblioteca Real, cujo acervo era composto por muitos livros e documentos trazidos de Portugal. Também foi inaugurado o Real Teatro de São João e o Jardim Botânico. Uma atitude muito importante de dom João foi a criação do Banco do Brasil e da Imprensa Régia. Essa última editou obras de vários escritores e traduções de obras científicas. Foi um período de grande progresso e desenvolvimento.

Tanto movimento por aqui provocou a indignação do outro lado do Atlântico. Afinal, o Brasil deixara de ser uma simples colônia. Nosso país tinha sido elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves. Quer dizer, enquanto a família real esteve por aqui, a sede do reino foi o Rio de Janeiro, que recebeu muitas melhorias. Enquanto isso, em Portugal, o povo estava empobrecido com a guerra contra Napoleão e o comércio bastante prejudicado com a abertura dos portos brasileiros. Os portugueses estavam insatisfeitos e, em 1820, estourou a Revolução Liberal do Porto – cidade ao norte de Portugal. Os rebeldes exigiram a volta de dom João e a expulsão dos governantes estrangeiros. Queriam também que o comércio do Brasil voltasse a ser feito exclusivamente pelos comerciantes portugueses. Cedendo às pressões de Portugal, dom João voltou em 26 de abril de 1821. Deixou, contudo, seu filho dom Pedro como regente do Brasil. Assim, agradava aos portugueses e aos brasileiros que tinham lucrado com a vinda da corte portuguesa para o Brasil, especialmente com a abertura dos portos.

Em Portugal, uma nova Constituição começou a ser feita para o Império português. Só que para a elaboração do documento, o Brasil, como Reino Unido, teria direito de enviar seus deputados. Os portugueses não aceitavam essa hipótese e começaram a pressionar para que o Brasil voltasse a ser colônia, pois isso favoreceria seus interesses. Os brasileiros não aceitaram, queriam liberdade para comerciar e governar.

A situação do Brasil permaneceu indefinida durante o ano de 1821. No final desse ano, um fato novo redefiniu a situação: chegaram ao Rio de Janeiro decretos da corte que exigiam a completa obediência do Brasil às ordens vindas da metrópole. No dia 9 de dezembro de 1821, o governo brasileiro voltou a ser dependente de Portugal. Dom Pedro recebeu ordens para voltar a Portugal, mas o Partido Brasileiro – grupo formado por grandes fazendeiros, comerciantes e altos funcionários públicos – o convenceu a ficar. O regente recebeu listas com assinaturas de cerca de 8.000 pessoas pedindo que ele permanecesse no país. Em 9 de janeiro de 1822, apoiado pelas províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, dom Pedro decidiu permanecer. Ele foi à sacada e disse: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!”. Essa data ficou conhecida como o Dia do Fico.

No dia 16 de janeiro de 1822, dom Pedro nomeou José Bonifácio de Andrada e Silva ministro dos Negócios do Interior, da Justiça e dos Estrangeiros. Nos meses seguintes, o apoio do Partido Brasileiro a dom Pedro e o movimento de Independência cresceram bastante, principalmente na região Sudeste. Por outro lado, a corte de Lisboa continuava exigindo a volta do príncipe regente. Mais uma vez ele desafiou Portugal: determinou que as ordens de Lisboa só teriam validade no Brasil depois de passar pelas suas mãos e receber autorização, o que ficou conhecido como “Cumpra-se”. Diante dessa medida, o príncipe regente recebeu do Senado da Câmara do Rio de Janeiro o título de Defensor Perpétuo do Brasil. No dia 7 de setembro, às margens do riacho Ipiranga, ele leu uma carta de Portugal que exigia seu retorno imediato e outra de José Bonifácio que dizia: “Só existem dois caminhos: ou voltar para Portugal como prisioneiro das cortes portuguesas ou proclamar a Independência, tornando-se imperador do Brasil”.

Houve ainda uma carta escrita pela esposa de dom Pedro, a princesa austríaca dona Leopoldina, que reforçava as idéias do ministro. Diante das palavras de José Bonifácio, homem forte do governo e que ficaria conhecido como “Patriarca da Independência”, dom Pedro não teve dúvidas. Reagiu imediatamente, tirando do chapéu a fita com as cores vermelha e azul, que representavam a corte real portuguesa, jogando-a no chão. Levantou a espada e gritou: “Independência ou morte!”. A cena ficou conhecida como o “Grito do Ipiranga”, porque aconteceu às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, para onde dom Pedro tinha ido em busca do apoio dos paulistas. Atualmente, no local dos acontecimentos, encontra-se o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, que guarda objetos da época da Independência.

A maior parte da população brasileira acompanhou de forma apática os acontecimentos que levaram à Independência. Entre os escravos negros, ela nem existiu. Algumas poucas senzalas se agitaram, pois acreditavam que haveria também o fim da escravidão. Entretanto, para os milhares de escravos, a vida dura nas lavouras continuaria sem qualquer modificação durante mais de 60 anos. A Independência não gerou mudanças sociais.

Em 1º de dezembro de 1822, dom Pedro foi aclamado imperador do Brasil, passando a usar o título de dom Pedro I. A Independência do Brasil, no entanto, só foi reconhecida por Portugal no dia 13 de maio de 1825. Após alguns meses de negociações, com a ajuda da Inglaterra, ficou decidido que o Brasil deveria pagar a Portugal 2 milhões de libras esterlinas (moeda inglesa). O dinheiro foi emprestado ao novo país pelos ingleses. Esse foi o primeiro pedido de empréstimo de nossa história.

O processo de independência começa com o agravamento da crise do sistema colonial e se estende até a adoção da primeira Constituição brasileira, em 1824.

As revoltas do fim do século XVIII e começo do XIX, como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolução Pernambucana de 1817, mostram o enfraquecimento dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789) reforçam os argumentos dos defensores das idéias liberais e republicanas. Cresce a condenação internacional ao absolutismo monárquico e ao colonialismo. Aumentam as pressões externas e internas contra o monopólio comercial português e o excesso de impostos numa época de livre-mercado e circulação de mercadorias.

A instalação da Corte portuguesa no Brasil, em 1808, contribui para a separação definitiva das duas nações. A abertura dos portos, a elevação da colônia à situação de reino e a criação do Reino Unido de Portugal, e Algarve praticamente cortam os vínculos coloniais e preparam a independência. Com a Revolução do Porto, em 1820, a burguesia portuguesa tenta fazer o Brasil retornar à situação de colônia. A partir de 1821, as Cortes Constituintes – o Parlamento lusitano – tomam decisões contrárias aos interesses brasileiros, como a transferência de importantes órgãos administrativos para Lisboa. Também obrigam Dom João VI a jurar lealdade à Constituição por elas elaborada e a retornar imediatamente a Portugal. O rei português volta, mas deixa no Brasil o filho Dom Pedro como Regente, para conduzir a separação política, caso fosse inevitável.

Pressionado pelas Cortes Constituintes, Dom João VI chama Dom Pedro à Lisboa. Mas o príncipe regente resiste às pressões, que considera uma tentativa de esvaziar o poder da monarquia. Forma-se em torno dele um grupo de políticos brasileiros que defende a manutenção do status do Brasil no Reino Unido. Em 29 de dezembro de 1821, Dom Pedro recebe um abaixo-assinado pedindo que não deixe o Brasil. Sua decisão de ficar é anunciada no dia 9 de janeiro do ano seguinte, num gesto enfático. O episódio passa à História como o Dia do Fico.

Entre os políticos que cercam o Regente estão os irmãos Antonio Carlos e José Bonifácio de Andrada e Silva, e o Visconde de Cairu, José da Silva Lisboa. Principal ministro e conselheiro de Dom Pedro, José Bonifácio luta, num primeiro momento, pela manutenção dos vínculos com a antiga metrópole, resguardando o mínimo de autonomia brasileira. Convencido de que a separação é irreversível, aceita a independência desde que a monarquia continue. Para ele, o regime monárquico é o único capaz de neutralizar a intervenção portuguesa nas províncias e preservar a unidade político-territorial do país. Fora da Corte, outros líderes liberais, como Joaquim Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, atuam nos jornais e nas lojas maçônicas. Fazem pesadas críticas ao colonialismo português e defendem total separação da metrópole.

Em 3 de junho de 1822, Dom Pedro recusa fidelidade à Constituição portuguesa e convoca a primeira Assembléia Constituinte brasileira. Em 1º de agosto, baixa um decreto considerado inimigas tropas portuguesas que desembarquem no país. Cinco dias depois, assina o Manifesto às Nações Amigas, redigido por José Bonifácio. Nele, Dom Pedro justifica o rompimento com as Cortes Constituintes de Lisboa e assegura “a independência do Brasil, mas como reino irmão de Portugal”.

A primeira aproximação pictográfica que temos com a Independência do Brasil acontece como deve ser, nos livros de escola, quando vemos a pintura de Pedro Américo, “O Grito do Ipiranga”, elaborada em 1888, já no final do Segundo Reinado.

D. Pedro II foi educado pelos melhores professores brasileiros e era estimulado por seu tutor, José Bonifácio de Andrada e Silva, a travar contato com as artes e os artistas de seu tempo. A isto somado o fato da força do cultivo do café na lavoura brasileira, o Segundo Reinado no Brasil foi bastante próspero e trouxe muitos avanços em arte e cultura.

D. Pedro II foi o maior incentivador da cultura e da arte na história do Brasil. Pedro Américo, subvencionado pelo Império, estudou na Europa e, a pedido do Imperador, pintou várias obras. Destaque para “O Grito do Ipiranga”, de 1888.

O fato de o quadro datar de 66 anos após os eventos protagonizados pelo pai do Imperador, D. Pedro I, não deve toldar o nosso raciocínio.

A Independência foi fermentada num longo processo. Napoleão Bonaparte liderava a Revolução Burguesa na Europa, num tempo em que Portugal era refém econômico da grande potência da época, a Inglaterra. Com o avanço inexorável de tropas napoleônicas a Portugal, a Inglaterra enviou tropas e navios, tanto para combater Napoleão quanto para escoltar a Família Real para o Brasil em 1808.

Muitos historiadores enfatizam o momento da transferência da Família real para o Brasil como o marco do início de todo o processo de Independência em relação a Portugal. Alguns preferem a expressão “emancipação política”, dada a dependência crônica em relação ao grande capital estrangeiro. Naquela época, Inglaterra. Hoje, EUA.

No Brasil D. João VI começa a esboçar o arcabouço de uma Nação Soberana, com um Banco próprio, o Banco do Brasil, fundado no momento de sua chegada, 1808, a assinatura de Tratados de Comércio com as Nações Amigas, etc. No Congresso de Viena, em 1815, ocorre a Elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves, com o rei D. João VI residindo aqui. O Brasil, formalmente, não era mais uma Colônia, mas um Reino Unido. Em torno deste tema gira todo o processo de Independência em relação a Portugal.

As cortes, comandadas pela burguesia portuguesa, eram compostas por homens levados ao poder no processo conhecido como Revolução do Porto: afirmavam a autonomia política de Portugal em relação à Inglaterra mas desejavam avidamente levar novamente o Brasil ao estatuto de Colônia.

O movimento de ruptura com as cortes em Portugal já estava fermentando na mente de D. João VI quando foi forçado a voltar para lá em 1821 após a deposição dos ingleses pelas cortes de Lisboa na Revolução do Porto. Percebendo os ânimos daqueles que começavam a orgulhar-se em chamar-se de BRASILEIROS deixou D. Pedro como Príncipe Regente e recomendou: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros”.

Em dezembro de 1821 chega ao Rio de Janeiro uma ordem das cortes a D. Pedro. Deveria ele abolir a regência e regressar imediatamente a Portugal. Resignado, começa a fazer os preparativos para o regresso quando a onda de indignação dos brasileiros se faz notória. José Bonifácio de Andrada e Silva, na condição de membro destacado do governo provisório de São Paulo, envia uma carta a D. Pedro. Nela criticava duramente a decisão das Cortes de Lisboa e chamava a sua atenção para o importante papel reservado ao príncipe nesse momento de crise. Aquela carta foi publicada na Gazeta do Rio de 8 de janeiro de 1822, com grande repercussão. Dez dias depois, chegou ao Rio uma comitiva paulista, integrada por José Bonifácio, para entregar ao príncipe a representação paulista. Nesse mesmo dia, D. Pedro nomeou José Bonifácio ministro do Reino e dos Estrangeiros, cargo que este resolveu aceitar depois da insistência do próprio príncipe. Essa nomeação tinha um forte significado simbólico: pela primeira vez o cargo era ocupado por um brasileiro.

Empossado no cargo de ministro do Reino e de Estrangeiros, em janeiro de 1822, Bonifácio logo conquistou, para a causa emancipadora, os representantes da Áustria e da Inglaterra. Além disso, ordenou ao Chanceler-Mor (cargo que corresponde, hoje, ao de ministro da Justiça) que não publicasse lei alguma, vinda de Portugal, sem primeiro submetê-la à a apreciação do príncipe; nomeou um cônsul brasileiro para Londres, declarando, ao Gabinete inglês, que só tal funcionário poderia, então, liberar navios que se destinassem ao Brasil; enviou emissários às Províncias do norte, a fim de congregá-los para a causa da independência, avisando que teriam que se sujeitar à regência de D. Pedro e não às ordens que recebessem de Lisboa.

As Províncias do norte estavam ao lado das Cortes portuguesas e executando o decreto 124, de 29 de setembro de 1821; principalmente, no Maranhão, o que fez com que José Bonifácio, em ofício à Junta de Governo daquela Província, dissesse, ironicamente, que não era de se esperar que o Maranhão tivesse “a aparente e fastigiosa idéia de ser considerada província daquele reino (Portugal)”. O Brasil, àquela altura dos acontecimentos, não podia continuar fragmentado e José Bonifácio estava enfrentando a tarefa hercúlea de reunir as Províncias, unindo o país em torno de uma idéia política, que era a monarquia constitucional parlamentar. No dizer de Tito Lívio Ferreira e Manoel Rodrigues Ferreira, “sob esse ponto de vista, ele é, legitimamente, o campeão da unidade do Brasil”.

Sempre ativo, aliciou conspiradores em Pernambuco, no Maranhão, no Rio Grande do Norte, na Bahia e no Pará, para que se rebelassem, na hora exata, contra a metrópole que o ludibriara, traindo o acordo do Reino Unido de Portugal e do Brasil; em junho de 1822, reorganizou o erário, por intermédio de seu irmão, Martim Francisco, e, em julho, formou uma nova Armada, contratando, para a obra de construção da Marinha de Guerra, o marujo e aventureiro lorde Cochrane. Importante ainda a presença de Gonçalves Ledo, que angariou os fundos necessários para fortalecer a Armada.

Levou D. Pedro a conquistar a simpatia das populações de Minas e de São Paulo, forçando-o a viajar, pois, dizia ele, “o Brasil não é o Rio de Janeiro”. Quando os decretos vindos de Portugal anulavam, sumariamente, todos os atos da regência, ele, habilmente aliado a D. Leopoldina, escreve a D. Pedro, jurando que, de Portugal, o humilham: “De Portugal não temos a esperar senão escravidão e horrores. Venha V.A. Real o quanto antes e decida-se; porque irresoluções e medidas de água morna, à vista desse inimigo que não nos poupa, para nada servem – e um momento perdido é uma desgraça”. Com isso, instigava o príncipe a se rebelar, combatendo as suas hesitações e desânimos.

Hoje estão disponíveis – inclusive na Internet – os documentos comprobatórios de que os acontecimentos de 7 de setembro foram premeditados e conduzidos por José Bonifácio.

Em fins de agosto, a Maçonaria no Brasil se organizava e enviava emissários como Antônio de Menezes Vasconcellos Drummond que, chegando de Pernambuco para onde fora comissionado por José Bonifácio, traz informações e cartas inquietantes. As Cortes em Lisboa chamando o Príncipe de “rapazinho”, ordenam seu imediato regresso e ainda o aprisionamento de Bonifácio.

Encontra-se no magistério muitos professores que preferem minimizar (ou mesmo ridicularizar) os fatos que tiveram lugar às margens do Ipiranga naquela data. Não me conto entre estes. Quem dera os governantes de hoje tivessem a mesma coragem!

A documentação comprobatória é muito extensa e está à disposição do pesquisador. À falta de maiores habilidades ou mesmo confiança no método chamado de “viagens astrais”, atenho-me à documentação. Cito aqui, a título de exemplo, a carta do Padre Belchior, de 1896, mencionada por José Castellani em sua página e que diz, em seus pontos principais, o seguinte:

“O príncipe mandou-me ler alto as cartas trazidas por Paulo Bregaro e Antônio Cordeiro. (…) D. Pedro, tremendo de raiva, arrancou de minhas mãos os papéis e, amarrotando-os, pisou-os e deixou-os na relva. Eu os apanhei e guardei. Depois, abotoando-se e compondo a fardeta – pois vinha de quebrar o corpo à margem do riacho do Ipiranga, agoniado por uma disenteria, com dores, que apanhara em Santos – virou-se para mim e disse:

_ E agora, padre Belchior?

E eu respondi prontamente:

_ Se V.A. não se faz rei do Brasil, será prisioneiro das Cortes e talvez deserdado por elas. Não há outro caminho, senão a independência e a separação.

D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros, em direção aos nossos animais, que se achavam à beira da estrada. De repente estacou-se, já no meio da estrada, dizendo-me:

_ Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me, com desprezo, de rapazinho e brasileiro. Pois verão agora o quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações: nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal!

(…) E arrancando do chapéu o laço azul e branco, decretado pelas Cortes, como símbolo na nação portuguesa, atirou-o ao chão, dizendo:

_ Laço fora, soldados! Viva a independência, a liberdade, a separação do Brasil.

(…) O príncipe desembainhou a espada, no que foi acompanhado pelos militares; os paisanos tiraram os chapéus. E D. Pedro disse:

_ Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil.

(…) Firmou-se nos arreios, esporeou sua bela besta baia e galopou, seguido de seu séquito, em direção a São Paulo, onde foi hospedado pelo brigadeiro Jordão, capitão Antônio da Silva Prado e outros, que fizeram milagres para contentar o príncipe.

Mal apeara da besta, D. Pedro ordenou ao seu ajudante de ordens que fosse às pressas ao ourives Lessa e mandasse fazer um dístico em ouro, com as palavras “Independência ou Morte”, para ser colocado no braço, por um laço de fita verde e amarela. E com ele apareceu no espetáculo, onde foi chamado o rei do Brasil, pelo meu querido amigo alferes Aquino e pelo padre Ildefonso (…)”

A ata da nona sessão do Grande Oriente do Brasil – Assembléia Geral – realizada no 13º dia do 5º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz 5822 (2 de agosto de 1822), consta ter o Grão-Mestre da Ordem, conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, proposto a iniciação de Sua Alteza D. Pedro de Alcântara. E que, “aceita a proposta com unânime aplauso, e aprovada por aclamação geral, foi imediata e convenientemente comunicada ao mesmo proposto, que se dignando aceitá-la, compareceu logo na mesma sessão e sendo também logo iniciado no primeiro grau na forma regular e prescrita na liturgia, prestou o juramento da Ordem e adotou o nome heróico de Guatimozin”. Na décima sessão, realizada a 5 de agosto, Guatimozin recebeu o grau de Mestre Maçom.

Assembléia Geral – do Grande Oriente Brasílico, fundado a 17 de junho de 1822, fechado a 25 de outubro do mesmo ano, pelo seu Grão-Mestre, D. Pedro I, e reinstalado como Grande Oriente do Brasil, em 1831, foi publicada, junto com outras, no Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil, Nº 10, de outubro de 1874, no Ano III da publicação (criada em 1872).

Daquela ata, consta que a Assembléia decidiu ser imperiosa a proclamação da independência e da realeza constitucional, na pessoa de D. Pedro. Mostra, também, que o dia da sessão, 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, era o dia 9 de setembro. Isso porque o Grande Oriente utilizava, na época, um calendário equinocial, muito próximo do calendário hebraico, situando o início do ano maçônico no dia 21 de março (equinócio de outono, no hemisfério Sul) e acrescentando 4000 aos anos da Era Vulgar. Desta maneira, o 6º mês maçônico tinha início a 21 de agosto e o seu 20º dia era, portanto, 9 de setembro, como situa o Boletim de 1874.

Portanto, não é procedente supor que a data da Assembléia tenha sido 20 de agosto (dia do Maçom no Brasil), tampouco se deve minimizar o fato de que a Maçonaria atuava viva e ativamente na direção da independência, particularmente através do Grão Mestre José Bonifácio e do Primeiro Vigilante, Ledo Ivo.

O fato existiu – temos a ata – e é digno de ser lembrado e comemorado por todos os maçons, mesmo porque não era possível, no dia 9, os obreiros terem conhecimento dos fatos do dia 7, dados os escassos recursos de comunicação da época. Mas não a ponto de falsear a verdade histórica, quer por ufanismo, quer por desconhecimento.

A tarefa é monumental. Cumpre romper os grilhões que nos atam aos Estados Unidos da América. O presidente Lula já mencionou, ao chamar o presidente de lá de “companheiro Bush”, que considera aquele país “um parceiro imprescindível para o Brasil”. Por seus atos e palavras percebemos sua falta de disposição – assim como de toda a alta burguesia brasileira – no sentido de encaminhar a Independência de que precisamos. Que a reflexão em torno dos atos heróicos de nossos ancestrais possa inspirar nossos contemporâneos.

Fonte: culturabrasil / educaterra

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Lula visita Heliópolis

Durante discurso em Heliópolis o presidente Lula, lembrou o tempo em que residiu no Jd. Patente. Muito aplaudido pela população local Lula contou comovido os momentos de dificuldade que passou ainda quando era metalúrgico. “Normalmente eu buscava minha noiva no trabalho, normalmente eu esperava ela passar e pegava o ônibus junto com ela, eu morava na Ponte Preta, mas tinha semana que eu não tinha moeda pra pagar o maldito ônibus, e eu não queria que minha noiva soubesse que eu não tinha dinheiro. Então eu vinha a pé com minha marmita embaixo do braço, como o ônibus passava na Estrada das Lágrimas eu atravessava todos esse campo da Portuguesinha do Sacomã, lá no começo até o último campo aqui onde era a garagem de lixo da prefeitura… eu vinha a pé para que minha namorada não me visse a pé e soubesse que eu não tinha a moeda”.

O Presidente declarou a autorização da Rádio Comunitária Heliópolis, parabenizando a comunidade pela união entre eles. Para o presidente Heliópolis virou uma cidade, e o projeto futuro é a união entre os governos para a construção de áreas de lazer para as crianças. A idealização de obras naquela comunidade virou ícone no governo Lula, alertando prefeitos e governadores de outras regiões do Brasil que sai mais barato para o governo cuidar do pobre do que larga-lo. “Nós estamos aprendendo que fica barato cuidar do pobre, quando recebemos um líder comunitário e ele pede 8 milhões, 9 milhões porque precisamos fazer isso ou fazer aquilo. Agora quando vai um “grandão” lá, já pede logo bilhão, e a empresa trata assim: pediu um bilhão é pra investimento, pediu oito milhões é gasto, como se aquilo que a gente colocasse para fazer as coisas pro pobre fosse gasto e o resto fosse investimento, quando na verdade o maior investimento que a gente faz é cuidar para que o pobre deixe de ser tão pobre”.

Lula faz esta análise se baseando no circulo vicioso que hoje o brasileiro, vive de consumo, pois investir no pobre gera renda, ele consegue novas fontes de sustento, logo se transforma em consumidor que faz com que a indústria produza mais e gerando assim novos empregos. Um exemplo citado foi o aumento de consumo no nordeste. Este ano o Brasil baterá mais um recorde na produção de grãos atingindo um total de 142 milhões de toneladas produzidas, o aumento de consumo, aumenta a plantação e diminui o desemprego.

Lula deixou a comunidade de Heliópolis dando um recado para os moradores: “Hoje vocês viram o anúncio do ministro das comunicações anunciando a liberação de vocês, agora eu não sei quem dará a primeira entrevista se é o Serra, o Kassab, se sou eu. O dado concreto é que vocês coloquem esta rádio, pelo Amor de Deus, eu espero que esta rádio sirva sobretudo, para que vocês possam fazer com que mais aprendizado, mais cultura chegue nas casas das pessoas que estão ouvindo vocês, pois quanto melhor e mais qualidade tiver a programação, mais gente estará ouvindo. Vocês podem falar mal um pouco de mim, um pouco do Serra, do Kassab, um pouco de quem vocês quiserem, mas pelo Amor de Deus falem bem de vocês mesmos, mostrem as coisas boas que vocês vem fazendo”, finaliza assim o encontro o Presidente Lula.

Fonte: Gazeta do Ipiranga

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Apontamentos sobre a história da comarca

O Fórum Regional Ipiranga, antiga Vara Distrital, foi criado em 8 de dezembro de 1983 pela Lei 3947.

Juizes titulares que passaram pela Comarca :

1ª Vara Cível

Dr. Eduardo Antonio Di Rissio Barbosa –1985 a 1986
Dr. Celso Bedin Permuta – 1986 a 1990
Dr. Joaquim Pedro Campello De Souza – 1990 a 1998
2ª Vara Cível

Dr. Carlos Alberto Lopes – 1985 a 1995
Dr. Lino Manoel Duarte Batista Ribeiro – 1995 a 2003
3ª Vara Cível

Dr. Antonio Carlos Moreira Guedes – 1990 a 1992
Dr. Rui Cascaldi – 1992 a 1995
Dr. José Palmácio Saraiva – 1996 a 1997
Dr. José Gonçalves Orostey – 1997 a 2002
Vara Criminal

Dr. Paulo Martins De Carvalho Filho – 1985 a 1986
Dr. Eduardo Antonio Di Rissio Barbosa – 1986 a 1990
Dr. Rui Cascaldi – 1990 a 1992
Dr. Antonio Carlos Moreira Guedes – 1992 a 1995
Dr. Arthur Allegretti Joly – 1995 a 2003
Vara da Família e das Sucessões

Dr. Celso Bedin – 1985 a 1986
Dr. Paulo Martins De Carvalho Filho – 1986 a 1993
Dr. Antonio Washington D’elboux Moreira – 1993 a 1995
Dr. Roberto Ouza – 1995 a 2005
Dr. Alexandre Augusto Pinto Moreira Marcondes – 2005 a 2005
Vara de Menores

Dr. Décio Barretti – 1985
De acordo com o Assento nº 165, art. 2º, de 10/10/1990, esta Vara passou a denominar-se Vara da Infância e da Juventude.

Vara da Infância e da Juventude

Nota: De Acordo Com Apostila Do Desembargador Presidente, De 26/10/1990, publicado em 31/10/1990, o cargo ocupado pelo Dr. Décio Barretti, passou a denominar-se Juiz de Direito da Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional – Ipiranga.

Décio Barretti – 1990 a 1994
Edson Chuji Kinashi – 1996

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Casarões dos Jafet foram as jóias da elite paulistana

Perpetuar a história da primeira geração de imigrantes libaneses no País é o alicerce que preserva, até os dias de hoje, a importância dos casarões da família de Basílio Jafet, no Ipiranga. Inseridas na paisagem da rua Bom Pastor, as imponentes edificações testemunham muito mais que a intimidade da elite industrial do início do século 20. Elas também revelam parte da história do progresso de São Paulo.

Em 1923 era inaugurada, no número 798 da rua Bom Pastor, a residência que por mais de 20 anos abrigou a família de Basílio Jafet. Planejada em cada detalhe a construção, que se impunha frente ao Monumento Comemorativo a Independência do Brasil (hoje Museu do Ipiranga), impressiona não só pelo porte arquitetônico, mas também pela história que dentro dele está guardada. A casa foi construída para abrigar o casal Basílio e Adma Jafet e as filhas Ângela e Violeta.

O projeto arquitetônico, desenvolvido pela construtora de Heribaldo Siliciano, mescla o estilo oriental, clássico e barroco. Intitulada como Palácio dos Cedros – referência ao jardim que circunda a residência, ornamentado por cedros, vegetação típica da região libanesa – a mansão se assemelha a um castelo do período renascentista.

Logo na entrada, dando boas vindas aos visitantes, mármores Carrara formam a escadaria da porta principal. Ao adentrar o imóvel, o visitante se transporta para um universo de exaltação à arte. No hall, formado por um vão livre, que une o piso inferior ao superior, há colunas, capitéis e arcos que se impõem entre guirlandas, brasões e anjos barroquianos.

A iluminação do local é dada por dois vitrais em estilo art nouveau, um está instalado no teto e funciona como uma clarabóia o outro se apresenta ao fundo da escadaria de acesso ao pavimento superior em um segundo ambiente do hall principal. Rica em ornamentos, não há um só espaço entre os mais de 50 cômodos distribuídos entre quatro andares, onde o visitante não se depare com pinturas, apliques ou esculturas.

A residência abrigou a família até 1957. Neste período, autoridades estrangeiras e brasileiras eram recebidas entre as inúmeras recepções oferecidas. Entre as personalidades que percorreram os salões do Palácio dos Cedros, se destaca a visita do presidente do Líbano, Camille Chamoun e sua mulher, Zehfa Chamoun, em 1954.

Prevendo um destino à altura do patrimônio construído, Basílio em registrou em cartório, em 1928, o desejo de que a casa fosse residência perpétua da família e após a morte de suas duas filhas o imóvel fosse doado ao Governo do Estado de São Paulo para a instalação de um “museu de antiguidades”. Apesar do testemunho, nove anos após a morte de Basílio, em 1947, a casa foi alugada ao em seguida ao Hospital da Sancil, aos Hari khrissna. No início da década de 90, a casa foi vendida à empresa de formulários IBF que funcionou no local até 1996.

Hoje, suas acomodações estão disponíveis para locações para festas, filmes, novelas, desfiles e outros tipos de eventos. “O universo da família Jafet é fantástico e conta muito da história da cidade de São Paulo. O conjunto deve ser preservado porque também é uma referência para a construção de obras futuras. Nele podemos encontrar exemplos vivos de machetaria em pisos, pedras talhadas, vitrais, mosaicos entre outras referências”, ressalta Surai Felipe Farah, professora do Centro de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Marcos.

Fonte: Ipiranga News

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Um palacete, presente de casamento

No mesmo terreno onde está localizada o palacete da família Jafet, há uma outra casa da família. Construída em 1934 pelo engenheiro João Fürtinger, todo o projeto arquitetônico foi desenvolvido por Eduardo Benjamin Jafet.

A mansão é uma cópia do Castelo de Vitor Hugo da França e foi planejada para abrigar o casal Violeta e Chedid Jafet – sobrinho de Basílio. Assim como na primeira casa, o requinte se faz presente por todos os pontos de vista.

O hall principal, com 40 metros quadrados de área, se torna infinito ao olhar do espectador por conta do espelho que reveste a parede do fundo, o espaço faz referência à sala dos espelhos do Palácio de Versailles. O piso em mármore Travertino induz à escalada da escadaria de acesso ao piso superior.

Ainda na parte térrea do imóvel está localizado um dos pontos mais requintados da mansão. Trata-se da sala de jantar, inserida no projeto pelo desejo de Violeta, que ao se deparar com uma fotografia de uma das salas do Palais de Sans-Souci solicitou a Eduardo Benjamin Jafet uma cópia idêntica em sua residência. Localizado em Postdam, na Alemanha, o Palácio de Sans-Souci foi construído em 1745 para se tornar a pousada de verão do rei Frederico, O Grande.

A sala original é uma homenagem a Voltarie, escritor e filósofo francês. “Certo dia, minha mãe (Adma) que tinha um elevado espírito artístico – me trouxe uma foto da sala. Fiquei tão impressionada pela beleza que indiquei para que fosse inserida no projeto. Ao contrário de Frederico, substituí as aves de rapina por papagaios. Foi a forma que encontrei para prestar minha homenagem pessoal a Voltaire”, comenta Violeta, que aos 94 anos de idade relembra o passado glamouroso da época em que vivia no Palacete.

“Me casei em 1927, mas a casa só foi inaugurada em meados de 34, enquanto isso, morávamos junto com meu pai. Para a construção da minha casa alguns objetos foram importados da Europa – principalmente da Itália – mas arte brasileira também está expressa através dos trabalhos executados pelos oficineiros do Liceu de Artes e Ofícios”. Ela também aponta outro local de sua preferência, o Salão Oriental. Nele, há lustres e vitrais em estilo oriental. Na passagem para a sala dos fumantes há uma réplica da porta premiada pelo Salão de Paris em 1932. A cópia fiel representa os signos do Zodíaco.

Assim como a mansão de Basílio, a casa de Violeta foi centro de festas e encontros políticos, principalmente durante a década de 50, quando Ricardo Jafet era o presidente do Banco do Brasil. Entre os ilustres estavam os presidentes Arthur Bernardes, Juscelino Kubitschek e os governadores Adhemar de Barros e Benedito Valadares.

A presença da família Jafet no Brasil tem início com a chegada de Benjamin Jafet, em 1887. Tido como um dos pioneiros da imigração libanesa, Benjamin descobriu em São Paulo uma vasta oferta de trabalho e logo ao se estabelecer chamou seus irmãos Basílio, Nami, João, Miguel e Halla. A dedicação familiar ao trabalho no comércio de tecidos resultou em 1907 na inauguração da “S.A. Fiação, Tecelagem e Estamparia Ypiranga-Jafet”.

Grande parte do crescimento do Ipiranga se deve à família Jafet. Eles foram responsáveis pela instalação de parques e jardins públicos, igrejas, hospitais, clubes, além de suntuosas residências. Por apresentar um forte potencial de crescimento econômico, o Ipiranga foi escolhido para abrigar uma das maiores indústrias têxtil do País. Visionário, Basílio se decidiu pelo Ipiranga por apresentar alta capacidade de desenvolvimento e estar inserido entre o Centro e o caminho da Serra do Mar, via de acesso ao Porto de Santos.

No Ipiranga, as indústrias Jafet chegaram a empregar cerca de 4500 operários. Elas ocupavam uma área de cem mil metros quadrados divididas em usinas e fábricas, onde se processavam a matéria-prima, o algodão, em tecido para ser vendido no mercado. A indústria era circundada por 320 casas para a residência dos operários. “A família é responsável por grande parte do desenvolvimento do bairro. A chegada da energia, saneamento básico e transporte ao Ipiranga deve em grande parte à família dos Jafets”, argumenta o pesquisador e arquiteto Mauríco Adami.

Fonte: Ipiranga News

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Coral Cantate Domino

Salvatore Stavale veio para o Brasil aos 28 anos fundando em 1983 o coral “Cantate Domino”, que traduzido para o português significa “Cantai ao Senhor”. Em maio de 2008 comemorou 25 anos de vida, junto à Paróquia Nossa Senhora Aparecida.
Desde sua criação o coral promove anualmente o Encontro de Corais nas festividades da Semana da Pátria e aniversário do bairro do Ipiranga.
Salvatori que é formado em música na Itália abre seus conhecimentos ao público oferecendo aulas gratuitas de órgão, teclado e canto.