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Por Tangerynus

Antes de construírem o Parque Anhembi, os desfiles das escolas de sambas eram realizados nas mais importantes avenidas da capital de São Paulo, tais como, a Avenida São João, depois Avenida Tiradentes.

Nunca fui muito fã de assistir eventos de grande monta, isto porque passei por maus bocados quando alguns jogadores da seleção brasileira vieram desfilar em São Paulo após sagrarem-se campeões do mundo em 1962.

Era meu caminho de rotina quando saia do escritório e dei de cara com uma enorme quantidade de pessoas querendo homenagear os atletas. Por uns instantes fiquei na Praça da Sé aguardando a chegada deles, cordão de isolamento nos dois lados, era um empurra, empurra, alguém pisou no pé sem querer de alguém, iniciou um tumulto, socos e pontapés pra todo lado, enfim virei um canudo e escapei de ser linchado.

Em 1954 tiver o grande prazer de assistir as comemorações do IV Centenário, sendo um evento cívico a população é mais precavida, aliás, mais tranquila apesar da aglomeração, e não fiquei sabendo se teve algum problema, qualquer tumulto ou coisa parecida.

Mas falando de carnaval, a convite de uns amigos fomos assistir ao desfile na Avenida São João. Uma enorme arquibancada de madeira foi instalada nesta avenida, como não tinha lugar para sentar, resolvemos andar pela calçada sentido centro-bairro.

Chegamos perto minhocão, local onde alguns carros alegóricos estavam estacionados, aguardando o momento de subir a Avenida São João. Uma escola findava a sua apresentação, em seguida outra já estava preparada para o desfile.

O carro alegórico era empurrado pelos carnavalescos, sentido bairro-cidade, sendo uma subida/ladeira, o pessoal suava a camisa.

Alguém teve a brilhante ideia de criar o Parque Anhembi a situação melhorou para as escolas de sambas e também para quem gosta de assistir festividades do Rei Momo.

Falando de carnaval acabei lembrando da minha prima-irmã Célia Regina, que depois de alguns fui visitá-la na Vila Mariana em 1996. Filha única dos tios Brás e Deolinda Tangerino, nasceu em 7 de setembro de 1958, viveu muitos anos na Vila Carioca. Casou, geraram duas lindas meninas, a Naty e a Bety. Era muito ativa, vivia feliz e gostava muito de desfilar na escola de samba do bairro, que tinha como diretor o Dr. Laerte Torpocov.

Neste dia almoçamos e tivemos uma longa conversa, e num determinado momento ela disse que era muito feliz, acabara de realizar um passeio na Disneylândia – EUA, queria viver muitos anos, mas quando chegasse a hora de viajar pro céu, gostaria que fosse no dia de carnaval. Não entendi essa afirmação, afinal ela gozava de boa saúde, enfim…

Recordo que ela desfilava na Soc. Escola de Samba Imperador do Ipiranga, quando ouvia a “bateria” saia deslizando pela Avenida Tiradentes, sentia uma grande emoção, o som da batucada entrava pelo seu corpo, parecia que estava ligada numa tomada de eletricidade.

Resumindo, e assim foi. No dia 20 de fevereiro de 1996 recebo uma ligação telefônica comunicando que ela tinha falecido.

As festividades carnavalescas estão chegando, quem sabe, ela lá no céu já esteja se preparando para o próximo desfile.