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COISAS DE CRIANÇA

Por: Tangerynus

O meu avô materno J. P. Tangerino (Zeca Bem), morava no bairro de Vila Carioca, e de vez em quando gostava da andar uma longa caminhada, vinha nos visitar, Jardim Botucatu.

Saia a pé da Rua Albino de Moraes, entrava na Rua Lício de Miranda, depois Avenida Carioca, bebia um gole d’água na biquinha que existia, em frente da extinta biquinha d’água, temos hoje a sede da Escola de Samba Imperador do Ipiranga.

Subindo a Avenida Carioca, ladeira, logo chegava no Bairro Heliópolis, que na época tinha poucas residências, mas repletos de campos de futebol varzeano, e também um espaço para a colônia japonesa praticar o seu esporte favorito, conhecido por “basebol”.

Em volta deste campo de basebol era uma mata que ia até a divisa de São Caetano do Sul, Rio dos Meninos, e por várias vezes eu e a garota achávamos umas bolas de basebol no meio dos pés de mamonas. Nunca imaginaríamos que toda essa gleba de terra se transformaria numa das maiores favelas da capital de São Paulo.

Chegando nas Estradas das Lágrimas, entrava na Igreja Santa Edwiges, rezava um pouco, depois continuava sua caminhada, também descansava um pouco, enfim ele já fazia parte dos “jovens de ontem”, dizia ele: “vou apeando por aqui, cá e acolá, e devagar eu chego lá”.

No meio do caminho passava na casa da tia Ana, batia um bom papo com o tio Cláudio Lazarini e filhos, um cafezinho, e lá vai ele subindo a ladeira até chegar na Via Anchieta. Seguia em frente, passava em frente da delegacia de polícia 26ª- Sacomã.

Meia hora depois, ufa!!! Chegava ele em nossa casa. Cumprimentava a nossa mãe dona Maria, aliás, todos nós netos e bisnetos, e começava o bate papo, sempre lembrando de Porto Ferreira e Descalvado, lugares onde viveu até 1952.

Quem estava em casa passeando era o menino Rubens Roberto, filho do mano Rubens. Roberto um garoto sapeca. Meu avô agachou para pegar qualquer coisa que estava no chão, daí o Roberto sem nenhuma explicação embala uma carreira e dá uma cabeçada no traseiro dele, do meu avô, foi uma cabeçada de bode.

Meu avô empacotou, caiu de cara no chão, e o interessante que não reagiu a tal cabeçada, só disse uma coisa: “Roberto porque você fez isso?” mas, em seguida caiu numa gargalhada, e relatou que tinha feito isso muitos anos atrás com o seu pai Manoel Pereira Tangerino. Agora estaria recebendo o troco, enfim isso são coisas de criança mesmo.